segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Segundo Reinado

Não houve um só tiro que pudesse revelar que se tratava de um golpe e não de um desfile. Se ecoassem disparos (de fato, houve dois, mas ninguém os escutou), talvez aqueles 600 soldados percebessem que não estavam ali para participar de uma manobra, e sim para derrubar um regime. Na verdade, vários militares ali presentes sabiam que estavam participando de uma quartelada. Mesmo os que pensavam assim achavam que quem estava caindo era o primeiro-ministro, Ouro Preto Jamais o imperador D. Pedro II - muito menos a monarquia que ele representava.

Não é de estranhar a ignorância dos soldados do 1° e do 3° Regimento de Cavalaria e do 9° Batalhão. Afinal, até poucas horas antes, o próprio líder do golpe se mostrava indeciso. Mais: estava doente, de cama, e só chegou ao Campo de Santana quando os canhões já apontavam para o quartel. Talvez ele não tenha dado o "Viva o imperador" que alguns juraram tê-lo ouvido gritar. Mas com certeza impediu que pelo menos um cadete berrasse o "Viva a república", que supostamente estava entalado em muitas gargantas.

A cena foi bem estranha Montado em seu belo cavalo, o marechal Deodoro da Fonseca desfilou longa lista de queixas, pessoais e corporativas, contra o governo -o governo do ministro Ouro Preto, não o do imperador. O imperador – isso ele fez questão de deixar claro – era seu amigo: "Devo-lhe favores". O Exército, porém, fora maltratado. Por isso, derrubava-se o ministério. Difícil imaginar que Deodoro estivesse dando um golpe, ainda mais golpe republicano – ele era monarquista. Ao seu lado estava o tenente-coronel Benjamin Constant, militar que odiava andar fardado, não gostava de armas e tiros e, até cinco anos antes, também falava mal da república. Ambos, Deodoro e Constant contavam agora com o apoio de republicanos civis. Mas não havia sinal de "paisanos" por perto -esses apenas tinham incentivado a aventura golpista dos dois militares (por coincidência ou não, dois militares ressentidos).

O fato é que naquela mesma hora o ministro Ouro Preto foi preso e o gabinete derrubado. Mas ninguém teve coragem de falar em república. Apenas à noite, quando golpistas civis e militares se reuniram, foi que proclamaram - em silêncio e provisoriamente - uma república federativa "Provisoriamente" porque se aguardaria "o pronunciamento definitivo da nação, livremente expressado pelo sufrágio popular". E o povo a todas essas? Bem, o povo assistiu a tudo "bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava", disse Aristides Lobo. Embora Lobo fosse republicano convicto e membro do primeiro ministério, seu depoimento tem sido contestado por certos historiadores (que citam as revoltas populares ocorridas naquela época). De qualquer forma, o segundo reinado, que começara com um golpe branco, terminava agora com um golpe esmaecido. A monarquia, no Brasil, não caiu com um estrondo, mas com um suspiro. E o plebiscito para "referendar" a república foi convocado em 1993 - com 104 anos de atraso. O império já havia terminado. Fonte

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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Normas ABNT

No intuito de auxiliar no processo de formatação dos trabalhos, seguem abaixo algumas indicações úteis:

FONTE: Biblioteca da UFSC Acesse para maiores detalhes

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Estado e Democracia

EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO DEMOCRÁTICO

Os fundamentos democráticos do Estado podem ser encontrados na Idade Antiga, no Estado Grego, onde já se encontrava a idéia de democracia, aliás, o termo é de origem grega: demos + cracia = poder do povo.

O que separa o conceito democrático grego do moderno é o entendimento de povo que deveria governar, que para os Gregos, como anota Aristóteles em “A Política”, seria somente aquele que tivesse parte na autoridade deliberativa e na autoridade judiciária. Há, então, uma restrição ao conceito de povo, como já estudada.

Restringindo-se o conceito de povo, não se pode imaginar que o conceito moderno de democracia pudesse existir nos Estados anteriores ao Moderno, porque havia limite a participação do povo no governo, fruto do próprio entendimento do que seja povo ou de ação do governante em monopolizar o Poder.

Porém não há como se negar à influência da Idéia Grega e do próprio conceito Romano de República, para se atingir o pensamento democrático moderno.

Porém, como anota Dalmo de Abreu Dallari “a idéia moderna de um Estado Democrático, tem suas raízes no século XVIII, implicando a afirmação de certos valores fundamentais da pessoa humana, bem como a exigência de organização e funcionamento do Estado tendo em vista a proteção daqueles valores”.

Assim, é a partir da evolução do pensamento social, político e jurídico do Séc. XVIII, que se inicia o aparecimento do Estado Democrático, evoluindo até a posição hoje concebida. fonte

Texto Complementar: ABRIR LINK EM NOVA ABA/PÁGINA

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Período Regencial - Brasil

Toda a agitação política do governo de Dom Pedro I culminou em sua rápida saída do governo durante os primeiros meses de 1831. Surpreendidos com a vacância deixada no poder, os deputados da Assembléia resolveram instituir um governo provisório até que Dom Pedro II, herdeiro legítimo do trono, completasse a sua maioridade. É nesse contexto de transição política que observamos a presença do Período Regencial.

Estendendo-se de 1831 a 1840, o governo regencial abriu espaço para diferentes correntes políticas. Os liberais, subdivididos entre moderados e exaltados, tinham posições políticas diversas que iam desde a manutenção das estruturas monárquicas até a formulação de um novo governo republicano. De outro lado, os restauradores –funcionários públicos, militares conservadores e comerciantes portugueses – acreditavam que a estabilidade deveria ser reavida com o retorno de Dom Pedro I.

Em meio a tantas posições políticas, a falta de unidade entre os integrantes da política nacional em nada melhorou o quadro político brasileiro. As mesmas divergências sobre a delegação de poderes políticos continuaram a fazer da política nacional um sinônimo de disputas e instabilidade. Mesmo a ação reformadora do Ato Adicional, de 1834, não foi capaz de resolver os dilemas do período.

Umas das mais claras conseqüências desses desacordos foram a série de revoltas deflagradas durante a regência. A Sabinada na Bahia, a Balaiada no Maranhão e a Revolução Farroupilha na região Sul foram todas manifestações criadas em conseqüência da desordem que marcou todo o período regencial. fonte

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Regime Militar - Brasil

Contexto Geral sobre o Período Militar

Em 1964, o Brasil inaugura um período comum a toda a América Latina caracterizado pela violação dos direitos humanos, das liberdades democráticas e de expressão. Ao longo desses anos, todos os países do Cone Sul viveram sob ditaduras terroristas de segurança nacional. No marco da guerra fria e com apoio militar e financeiro dos Estados Unidos o “inimigo interno”, na linguagem da doutrina de segurança nacional, foi perseguido ferozmente. Eram cidadãos e cidadãs ou movimentos que se opunham aos governos militares nas mais diferentes formas de luta. Assim, governos democráticos e progressistas foram derrubados e dezenas de milhares de pessoas presas, torturadas, tiveram de se exilar, foram banidas, assassinadas e desaparecidas.

As seqüelas das ações repressivas do Estado terrorista persistem até hoje. Manifestam-se na impunidade dos crimes cometidos em nome do Estado, na militarização das forças de segurança. Os órgãos militares de espionagem mantêm a Doutrina de Segurança Nacional usando eufemisticamente a denominação “adversário interno” para caracterizar os movimentos sociais e populares. Decretos draconianos do período autoritário continuam vigendo nos antigos círculos da comunidade de informação. Ainda está em vigor a Lei de Segurança Nacional 7170/83 da ditadura militar, não raras vezes usada como ameaça aos movimentos sociais. Os arquivos da repressão continuam sob controle das forças repressivas e o habeas data, direito constitucional do cidadão conhecer as informações que o Estado dispõe sobre si, é um triste arremedo. Nos arquivos policiais continuam existindo como registros de crimes os atos de resistência dos brasileiros ao arbítrio, apesar da Lei da Anistia e da Constituição de 1988.

Passados mais de quinze anos do fim da ditadura no Brasil, cabe perguntar até que ponto os cidadãos brasileiros têm garantido o direito de exercer plenamente sua liberdade de expressão, seus direitos civis e políticos afirmados pela Constituição de 1988, com a permanência dessas ameaças à cidadania[...]? fonte

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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Conhecimento, Ciência e Tecnologia

Toda relação de saber é também relação com o mundo. O sujeito, como foi assinalado, não pode apropriar-se de tudo o que a espécie humana produziu ao longo de sua história. Ele nasce em um momento da história humana, em uma sociedade e em uma cultura, em um certo lugar nesta sociedade. O que lhe é potencialmente oferecido é uma forma do mundo, que evidentemente pode ser ampliada, mas não corresponderá jamais ao mundo em toda sua totalidade. Além disso, o mundo em que o sujeito vive e aprende é aquele no qual ele tem uma atividade, no qual se produzem acontecimentos ligados à sua história pessoal. Por outro lado, o sujeito não interioriza passivamente o mundo que lhe é oferecido, ele constrói (ele o organiza, categoriza, põe em ordem, interpreta). [...] (CHARLOT, Bernard (org.) Os Jovens e o Saber: perspectivas mundiais. Trad Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed Editora, 2007. p.27)

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Como fazer uma resenha?

Para auxilá-los no processo de construção da resenha a respeito do(s) livros paradidáticos, seguem abaixo links com informações e exemplo.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Brasil: Primeiro Reinado

O Primeiro Reinado - 1822/1831 - foi um período da História do Brasil marcado por sérios conflitos de interesses.bDe um lado os que desejavam preservar as estruturas socioeconômicas vigentes. Do outro, D. Pedro I pretendendo aumentar e reforçar o seu próprio poder, evidenciado na marca característica da Constituição outorgada de 1824: o Poder Moderador exclusivo do imperador.

A política autoritária de D. Pedro I sofreu forte oposição na imprensa e na Câmara dos Deputados. A situação daí resultante, agravada pelos problemas econômicos e financeiros do país, minaram a popularidade do imperador. Este, apesar do apoio de alguns setores da sociedade, como o Partido Português, não conseguiu reverter a crise. Assim, na madrugada do dia 7 de abril de 1831, declarou sua abdicação ao trono em favor do filho menor, o príncipe imperial D. Pedro de Alcântara. Fonte

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Brasil: Governos populistas (1945-1964)

O período da história republicana do Brasil que vai da queda do Estado Novo (1945) ao movimento militar de 1964 é caracterizado como populismo. O populismo, entretanto, não foi um fenômeno político exclusivamente brasileiro, mas latino-americano, que floresceu no período pós-guerra. O termo populismo foi tomado de empréstimo à história política da Europa e serviu para designar, no século XIX, um movimento revolucionário russo conhecido como narodniki.

No Brasil, todavia, aquilo que se convencionou chamar de populismo não data propriamente do novo período que se abriu em 1945 e se encerrou em 1964. Ele mergulha suas raízes na revolução de 1930, configurando-se como produto do cruzamento entre o processo da crise política e o desenvolvimento econômico que então principiava.

Como produto de forças transformadoras e contraditórias, o populismo trazia a marca de suas origens: é essencialmente uma configuração política ambígua. Segundo o sociólogo Francisco Weffort, o populismo é, como "estilo de governo", sempre sensível às pressões populares; simultaneamente, como "política de massa", procura conduzir e manipular suas aspirações.

Ao mesmo tempo em que foi expressão da crise da forma oligárquica de governo, típica da República Velha, representou também a democratização do Estado, embora apoiado no autoritarismo. Dessa maneira, podemos entender que o populismo foi, enfim, a expressão política do deslocamento do pólo dinâmico da economia - do setor agrário para o urbano -, através do processo de desenvolvimento industrial, em grande parte impulsionado pela revolução de 1930.

No plano social, tais transformações econômicas implicaram a emergência das classes populares urbanas, cujos anseios foram sistematicamente ignorados e reprimidos na República Oligárquica. Chama-se de populismo, nesse contexto, à forma de manifestação das insatisfações da massa popular urbana e, ao mesmo tempo, o seu reconhecimento e sua manipulação pelo Estado. Do ponto de vista da camada dirigente, o populismo é, por sua vez, a forma assumida pelo Estado para dar conta dos anseios populares e, simultaneamente, elaborar mecanismos para o seu controle.

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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Eleições 2010

Muito se fala dos políticos e de política. Ambos fazem parte da civilização e não seríamos civilizados se não fizessem parte da sociedade. A história registra tanto grandes políticos como os medíocres; como também registra pessoas abnegadas e que privilegiaram o bem público, como tiranos que massacraram seus conterrâneos e outros povos.

Votar é um direito, muito mais que uma obrigação.

Gregos e Romanos nos ensinaram que a Democracia é povo no governo, que a República é o governo do povo, a coisa pública e, portanto, aqueles que fazem uso do vocábulo “candidato” devem se imbuir do mesmo espírito que essa palavra envolve desde seu sentido primeiro, isto é, “qualquer postulante a uma vaga no Senado [romano] e até mesmo os que desejavam ser tribunos da plebe, para serem eleitos, deveriam vestir uma túnica branca [cândida] mostrando que seu currículo não era uma folha corrida.” fonte

Para auxiliar no processo de pesquisa, eis uma das fontes! Encontre o seu candidato, descubra seu passado, e sempre se pergunte: o que eu desejo para o meu futuro?

TSE - Divuçgação de Candidaturas 2010:
ACESSE

sábado, 14 de agosto de 2010

História e Guerra (Simpósio Internacional)

Estão abertas as inscrições para o Simpósio Internacional Guerra e História, que acontece entre os dias 28 e 30 de setembro no Anfiteatro do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

O simpósio aborda conflitos em diversos períodos históricos e partes do mundo – como África portuguesa, Balcãs e Japão. As inscrições podem ser realizadas pelos telefones da Cátedra Jaime Cortesão – (11) 3091-1511 – e do Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina (Prolam) da USP – (11) 3091-3589 -, ou no site do evento.

A entrada é franca, porém o certificado de participação de 30 horas custa um valor de R$10 (comunidade USP) ou R$15 (demais). A taxa será recolhida no dia do evento.

Inscrições estão abertas no site da FFLCH até a data do evento e durante o simpósio. O Departamento e História fica na Av. Prof. Lineu Prestes, 338, Cidade Universitária, São Paulo.

Mais informações: (11) 3091-1511 / 3589
Site
Programação

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Processo de Independência do Brasil

Aula. História

A independência do Brasil, representada pelo famoso "grito de independência ou morte!" atribuído à D. Pedro, foi algo um tanto mais complexo. Entende-se a questão da independência como um processo de emacipação política que tem seu início relacionado com a chegada da família real portuguesa, em 1807. Com a "inversão metropolitana" decorrente da preseça da família real na colônia e a abertura dos portos às nações amigas, observou-se uma nova posição do Brasil na relação com sua metrópole, na condição de reuno unido. Com o fim da ameaça francesa e o retorno de parte da família real à Europa, D. João VI resolveu deixar seu filho D. Pedro de Alcântara como princípe regente do país com a idéia de que, se houvesse realmente uma separação, sua dinastia continuaria no poder.

Com a imposição de uma constituição baseada no modelo espanhol, foi arquitetado um plano para recolonizar o Brasil, que perderia os privilégios conquistados e sua suposta autonomia. Decidiu-se pela dissolução de todas as instituições, agências, repartições públicas e tribunais de justiça e foi requisitada a volta de D. Pedro, que deveria aprimorar-se de modo a governar Portugal um dia.

Com a influência de José Bonifácio e de D. Maria Leopoldina, D. Pedro decide ficar e desafiar as ordens de Portugal (episódio conhecido como Dia do Fico) e proclamar a Independência do Brasil, sendo aclamado imperador em 1º de Dezembro de 1822

Adaptado de: http://casadacris.blogspot.com/2007/09/dia-da-independncia-do-brasil.html

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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Processo de Descolonização - Ásia e África

Aula. História

O dramaturgo Bernard Shaw assim se expressava sobre os métodos de conquistas empregados pelos ingleses:

“O inglês nasce com um certo poder milagroso que o torna senhor do mundo. Quando deseja alguma coisa, ele nunca diz a si próprio que a deseja. Espera pacientemente até que lhe venha à cabeça, ninguém sabe, como, a insopitável convicção de é seu dever moral e religioso conquistar aqueles que têm alguma coisa que ele deseja possuir. Torna-se, então, irresistível. Como grande campeão da liberdade e da independência, conquista a metade do mundo e chama isso de Colonização. Quando deseja um novo mercado para seus produtos adulterados de Manchester, envia um missionário para ensinar aos nativos o evangelho da paz. Os nativos matam os missionários; ele recorre às armas, em defesa da cristandade; luta por ela, conquista por ela; e toma o mercado como uma recompensa do céu...”
The Main of Destiny”, citado por LINHARES, M. Yedda. A luta contra a metrópole. São Paulo, Brasiliense, 1983, p.86

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BEM-VINDOS

Tenhais confiança não no mestre, mas no ensinamento.
Tenhais confiança não no ensinamento, mas no espírito das palavras.
Tenhais confiança não na teoria, mas na experiência.
Não creiais em algo simplesmente porque vós ouvistes.
Não creiais nas tradições simplesmente porque elas têm sido mantidas de geração para geração.
Não creiais em algo simplesmente porque foi falado e comentado por muitos.
Não creiais em algo simplesmente porque está escrito em livros sagrados; Não creiais no que imaginais, pensando que um Deus vos inspirou.
Não creiais em algo meramente baseado na autoridade de seus mestres e anciãos.
Mas após contemplação e reflexão, quando vós percebeis que algo é conforme ao que é razoável e leva ao que é bom e benéfico tanto para vós quanto para os outros,
então o aceiteis e façais disto a base de sua vida.

Siddharta Gautama